(Imagem: Reprodução/JusBrasil Site)
A cota de tela é um elemento de grande importância para a promoção e o crescimento do cinema nacional brasileiro.
Desde 1937, o país vinha tomando medidas que garantiam a presença das produções nacionais nas salas de cinema do Brasil, mas o cenário atual já não é tão promissor.
Assim, o tema tem sido amplamente discutido, tanto pelos trabalhadores do meio audiovisual quanto pelo meio jurídico.
Para entender melhor o que é cota de tela e a importância do conceito no cenário brasileiro, continue a leitura abaixo!
A cota de tela é uma medida tomada pelo Estado, que estabelece uma porcentagem mínima de salas de cinema a serem reservadas para produções nacionais.
Nesse sentido, a medida é uma política pública que busca promover a cultura produzida no Brasil, fomentando a circulação desses longas nos cinemas de todo o território.
Trata-se de um instrumento aplicado em diversos países, com o objetivo de valorizar as produções audiovisuais de suas nações, que surgiu no cenário brasileiro em 1937.
Cabe ressaltar que, com o desenvolvimento de outros meios audiovisuais, como é o caso da televisão, essas novas plataformas também foram inseridas na regulamentação.
De acordo com dados do Sistema de Controle de Bilheteria, publicados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), o mercado do cinema nacional atingiu 1,3% em 2023, o que significa que 98,6% dos brasileiros estão assistindo a produções estrangeiras.
O dado contrasta claramente com percentuais anteriores, de 2012 a 2019, que eram de 13%, o que representa um número significativamente maior de telespectadores que iam aos cinemas assistir filmes nacionais.
Nesse sentido, a cota de tela é um instrumento de grande relevância para a promoção do audiovisual brasileiro, além de reforçar o direito de acesso à cultura produzida no país.
Assim como outros dispositivos legais criados com esse objetivo, a exemplo da Lei Paulo Gustavo, esse é um elemento fundamental para o crescimento e o desenvolvimento das produções cinematográficas do país.
Tendo em vista a necessidade de discutir a medida e implementá-la novamente no país, esteve no Senado Federal, recentemente, o Projeto de Lei 3696/2023.
O PL do senador Randolfe Rodrigues previa a renovação da cota de tela em todo país, tanto no cinema quanto na televisão por assinatura, até o ano de 2043.
A proposta já havia sido aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos, assim como pela Comissão de Educação e Cultura, o que indicava sua aprovação no Senado.
No entanto, o PL passou por uma alteração significativa, proposta pelo senador Eduardo Gomes. Agora, o projeto trata somente da TV por assinatura, deixando de lado as salas de cinema brasileiras.
Como justificativa para a alteração, o senador afirmou que as salas de cinema são um assunto à parte, que deve ser debatido em espaços próprios e específicos.
Ainda assim, a decisão desaponta fortemente o setor audiovisual, que se vê desamparado por conta da ausência de uma regulamentação que promova as produções nacionais nos cinemas do país.
A proposta de prorrogar a cota de tela até 2031 foi aprovada no dia 3 de outubro, com uma ampla margem de votos favoráveis, somando 301 votos a favor e apenas 15 votos contrários. Agora, o projeto segue para votação no Senado.
O autor do projeto é o deputado Marcelo Calero (PSD-RJ), embora ele não esteja atualmente no mandato.
A prorrogação da cota de tela se tornou necessária após a suspensão da previsão anterior em 2021, que estabelecia que as salas de cinema deveriam exibir filmes brasileiros por um número específico de dias.
Com a nova legislação, a obrigatoriedade passa a ser baseada no número de sessões e será regulamentada por meio de decreto presidencial.
A prorrogação da cota de tela é um tema que gera debate no cenário político brasileiro.
Enquanto alguns defendem a importância de promover a produção cinematográfica nacional e garantir o acesso do público a filmes brasileiros, outros argumentam que a livre concorrência e a qualidade dos filmes devem ser priorizadas.
A decisão final sobre o projeto será tomada pelo Senado, e o resultado terá um impacto significativo na indústria cinematográfica brasileira.
O escritório Muxfeldt & Seubert presta serviços que auxiliam nesse processo, atuando nas seguintes frentes:
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